Audiência Pública discutiu segurança para a região

16/03/2016



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Atendendo requerimento da vereadora Rita Cunha, a Associação de Vereadores da Região Carbonífera (Acverc), tendo como presidente o vereador Rodrigo Marcolin e vice-presidente, vereador Maurício Pereira, realizou uma audiência pública na câmara de vereadores de Triunfo, na sexta-feira (11), com a presença do presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, deputado Nelsinho Metalúrgico, do deputado Gilmar Sossela, do delegado regional, Carlos Admodeu e do Cel. Leodimar Mantovani, do Comando Geral da BM Vale do Caí. O presidente do Legislativo, Lino Viegas, foi representado pelo vice-presidente Valmir Massena e o prefeito Mauro Poeta, pelo secretário Lucas Ceccacci.
O Cel. Mantovani explanou sobre o trabalho da Brigada Militar no Estado, as dificuldades enfrentadas pela corporação, suas limitações e necessidades e sobre o sistema prisional, que segundo ele, não possibilita a recuperação dos apenados e salientou que é preciso rever a constituição e as prioridades. Ele também lamentou a ausência de representantes do Judiciário e do Ministério Público na audiência. Ainda de acordo com o coronel, para garantir a segurança pública, seriam necessários 12 mil policiais militares, custando R$ 540 milhões por ano aos cofres do Estado.  Infelizmente falta efetivo, além das limitações físicas e financeiras, como salários atrasados, horas extras não pagas e a ameaça da PEC 251 que precisa ser tirada da Assembleia Legislativa, de acordo com o coronel. 
Conforme dados da Secretaria de Segurança Pública, apresentados pelo deputado Nelsinho Metalúrgico, os delitos cometidos pelo tráfico de drogas na região aumentaram 243,03% nos últimos dez anos e o número de homicídios passou de 1391 casos em 2005 para 2405 casos, em 2015. O número de furtos de veículos é outro dado alarmante, subindo 54,69% na última década, somente nos dez municípios da região carbonífera que fazem parte da Acverc. O deputado salientou que atualmente 35 mil pessoas cumprem pena no RS, sendo que 80% da população prisional do presídio central de Porto Alegre são de traficantes. "Apenas 5% são de homicidas, ou seja, os homicidas estão soltos pelas ruas, o que faz com que seja necessário repensar a forma como estamos trabalhando, porque os que causam mais terror à população são os homicidas", considerou. Ele ainda disse que inteligência, integração e inclusão são as palavras mais importantes no combate à insegurança pública e por isso é importantíssimo o engajamento dos prefeitos, vereadores e comunidades nos investimentos dos Municípios para a sociedade, como Educação, pois "onde se abre uma escola, se fecha um presídio". 
Os presentes fizeram questionamentos às autoridades com relação às suas cidades. Representantes de Arroio dos Ratos levantaram a questão do aumento da insegurança provocada pela instalação da penitência estadual na cidade. Já a comunidade e comerciantes triunfenses questionaram a possibilidade de instalação de câmeras de vigilância nas ruas, a exemplo da cidade de São Jerônimo, da instalação de uma guarda municipal e de incentivos à Brigada Militar e Polícia Civil prometidos pelo Executivo, sendo que alguns repasses já foram aprovados pela Câmara de Vereadores e ainda não chegaram ao destino.
A vereadora Rita agradeceu a presença dos comerciantes, mas salientou que gostaria que mais comerciantes e comunidade tivessem comparecido para debater um assunto tão importante para a cidade e para a região. Ela enfatizou que não concorda quando levantam a questão de que a segurança pública é de responsabilidade do Estado. "Não! É de responsabilidade do Estado, dos Municípios e da sociedade, pois quando a sociedade não denuncia ou quando não educa os seus filhos, está sendo conivente com a falta de segurança", finalizou.
A Acverc fará um relatório com todas as questões e reivindicações deliberadas na audiência e o encaminhará ao Governo do Estado. 



Redação/Edição: Tatiana Vasco/Razek Cunha