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Atendendo
requerimento da vereadora Rita Cunha, a Associação de Vereadores da
Região Carbonífera (Acverc), tendo como presidente o vereador Rodrigo
Marcolin e vice-presidente, vereador Maurício Pereira, realizou uma
audiência pública na câmara de vereadores de Triunfo, na sexta-feira
(11), com a presença do presidente da Comissão de Segurança da
Assembleia Legislativa, deputado Nelsinho Metalúrgico, do deputado
Gilmar Sossela, do delegado regional, Carlos Admodeu e do Cel. Leodimar
Mantovani, do Comando Geral da BM Vale do Caí. O presidente do
Legislativo, Lino Viegas, foi representado pelo vice-presidente Valmir
Massena e o prefeito Mauro Poeta, pelo secretário Lucas Ceccacci.
O
Cel. Mantovani explanou sobre o trabalho da Brigada Militar no Estado,
as dificuldades enfrentadas pela corporação, suas limitações e
necessidades e sobre o sistema prisional, que segundo ele, não
possibilita a recuperação dos apenados e salientou que é preciso rever a
constituição e as prioridades. Ele também lamentou a ausência de
representantes do Judiciário e do Ministério Público na audiência. Ainda
de acordo com o coronel, para garantir a segurança pública, seriam
necessários 12 mil policiais militares, custando R$ 540 milhões por ano
aos cofres do Estado. Infelizmente falta efetivo, além das limitações
físicas e financeiras, como salários atrasados, horas extras não pagas e
a ameaça da PEC 251 que precisa ser tirada da Assembleia Legislativa,
de acordo com o coronel.
Conforme
dados da Secretaria de Segurança Pública, apresentados pelo deputado
Nelsinho Metalúrgico, os delitos cometidos pelo tráfico de drogas na
região aumentaram 243,03% nos últimos dez anos e o número de homicídios
passou de 1391 casos em 2005 para 2405 casos, em 2015. O número de
furtos de veículos é outro dado alarmante, subindo 54,69% na última
década, somente nos dez municípios da região carbonífera que fazem parte
da Acverc. O deputado salientou que atualmente 35 mil pessoas cumprem
pena no RS, sendo que 80% da população prisional do presídio central de
Porto Alegre são de traficantes. "Apenas 5% são de homicidas, ou seja,
os homicidas estão soltos pelas ruas, o que faz com que seja necessário
repensar a forma como estamos trabalhando, porque os que causam mais
terror à população são os homicidas", considerou. Ele ainda disse que
inteligência, integração e inclusão são as palavras mais importantes no
combate à insegurança pública e por isso é importantíssimo o engajamento
dos prefeitos, vereadores e comunidades nos investimentos dos
Municípios para a sociedade, como Educação, pois "onde se abre uma
escola, se fecha um presídio".
Os
presentes fizeram questionamentos às autoridades com relação às suas
cidades. Representantes de Arroio dos Ratos levantaram a questão do
aumento da insegurança provocada pela instalação da penitência estadual
na cidade. Já a comunidade e comerciantes triunfenses questionaram a
possibilidade de instalação de câmeras de vigilância nas ruas, a exemplo
da cidade de São Jerônimo, da instalação de uma guarda municipal e de
incentivos à Brigada Militar e Polícia Civil prometidos pelo Executivo,
sendo que alguns repasses já foram aprovados pela Câmara de Vereadores e
ainda não chegaram ao destino.
A
vereadora Rita agradeceu a presença dos comerciantes, mas salientou que
gostaria que mais comerciantes e comunidade tivessem comparecido para
debater um assunto tão importante para a cidade e para a região. Ela
enfatizou que não concorda quando levantam a questão de que a segurança
pública é de responsabilidade do Estado. "Não! É de responsabilidade do
Estado, dos Municípios e da sociedade, pois quando a sociedade não
denuncia ou quando não educa os seus filhos, está sendo conivente com a
falta de segurança", finalizou.
A
Acverc fará um relatório com todas as questões e reivindicações
deliberadas na audiência e o encaminhará ao Governo do Estado.
Redação/Edição: Tatiana Vasco/Razek Cunha